Contraceção intra-uterina

 A definição de contraceção

O termo contraceção abrange os vários métodos usados para prevenir a gravidez, quer impedindo a fecundação do óvulo pelo esperma, quer bloqueando a ovulação ou evitando que um óvulo fecundado se aninhe no útero.
Para tal, foram pesquisados e preparados métodos químicos ou mecânicos. O menos seguro é o denominado coitus interruptus, ou seja, uma interrupção da relação sexual um instante antes da ejaculação.
A maioria dos métodos tem um efeito reversível e temporário.

A esterilização da mulher

A esterilização é feita com uma operação cirúrgica. Trata-se de um ato irreversível que consiste em ligar as trompas do útero. A operação, no entanto, não tem influência sobre a vida sexual.

A contraceção oral

Junto com a esterilização a pílula contracetiva é o método mais eficaz. Ela contém hormonas que impedem a maturação do óvulo e a ovulação.

A pílula é vendida com receita médica pois modifica o equilíbrio hormonal e pode provocar efeitos secundários.
Em alguns casos pode haver enjoo, cefaleia, alterações do fígado e inchaço devido à retenção de líquidos Raramente foi constatado o aparecimento de tumores benignos do seio ou dos ovários.

As injeções de hormonas, é outro dos processos e, devem ser feitas exclusivamente por um médico pois têm uma ação contracetiva que dura três meses. Estas injeções devem ser tomadas apenas de três em três meses.

Muito usada no mundo inteiro, sobretudo nos países que fazem uma política de controle demográfico, esta técnica acarreta, porém, alguns efeitos secundários.
A abstinência periódica é outro dos métodos. É possível calcular, com a ajuda de métodos diversos, o período de fecundidade durante o qual se deve evitar as relações sexuais. É preciso porém que um médico, ou o pessoal do posto de saúde, explique muito bem o que fazer para evitar o risco de cometer erros, uma vez que este processo pode ser falível.

O aparelho intra-uterino
O aparelho, introduzido no útero, impede ao óvulo fecundado de se aninhar na mucosa uterina. Existem dois tipos de aparelho, o modelo T e o modelo 7; ambos são parcialmente forrados com fio de cobre, metal que reduz a fecundidade do esperma e altera a mucosa uterina impedindo o aninhamento. O aparelho é muito eficaz mas pode aumentar a predisposição às infeções e, às vezes, não é bem tolerado pela mulher.

Nota: na imagem podem-se observar quatro diversas tipologias de dispositivo intra-uterino, todas constituídas por uma estrutura central de plástico sobre a qual é enrolado um fio de cobre.

Outros métodos

Os métodos descritos a seguir servem para evitar o encontro do esperma com o óvulo.

Diafragma:

O diafragma é um capuz de látex que fecha o colo do útero impedindo a entrada de espermatozoides. Deve ser introduzido na vagina antes da relação sexual.

A sua ação é mais eficaz se for utilizado junto com pomadas espermicidas.

Espumas e pomadas:
As espumas e as pomadas funcionam apenas se usadas com outros métodos contracetivos (como por exemplo, o diafragma). O maior inconveniente destas substâncias é o facto de que devem ser introduzidas na vagina antes da relação sexual.

Em todos os caso, os espermicidas não podem de maneira nenhuma ser considerados um método fiável de contraceção.

Preservativo:
O preservativo continua a ser o sistema mais utilizado para a proteção contra a SIDA e outras doenças que podem ser transmitidas sexualmente.
Se usado da maneira correta, o preservativo é um método contracetivo muito eficaz, que apresenta um risco de insucesso muito baixo: somente 2%.

As causas principais desta pequena margem de erro devem-se a uma utilização não correta: falta de lubrificação (responsável pela rutura espontânea), uso errado do reservatório ou uso tardio. O seu emprego correto é fundamental também para prevenir alguns tipos de doenças.
O preservativo é o contracetivo ideal de breve duração e para aquelas pessoas que têm encontros ocasionais com vários parceiros.
O preservativo que em geral, não reduz o prazer sexual, encontra-se facilmente à venda.

Como escolher o próprio método?

A escolha de um método contracetivo assenta nos seguintes critérios:

--> a sua eficácia absoluta ou relativa;

--> a frequência das relações sexuais e os hábitos do casal;

--> a tolerância física e psicológica;

--> a existência de contraindicações (critério que é extremamente importante).

Conforme as expectativas e as contraindicações, a mulher ou o casal fazem a própria escolha. O médico explica as vantagens e as desvantagens dos vários métodos ajudando assim a tomar a decisão definitiva e a utilizar o método escolhido de maneira correta. Para informações mais completas a respeito dos vários métodos contracetivos pode-se consultar um posto de saúde ou um especialista em ginecologia.

A contraceção intra-uterina

A contraceção intra-uterina é o método de prevenção dos nascimentos baseado no uso do DIU (do inglês Intra Uterine Device, isto é dispositivo intra-uterino) denominado comummente "espiral" pela sua forma. Trata-se de um contracetivo mecânico que é colocado no interior do útero pelo ginecologista.

Os dispositivos intra-uterinos de plástico e cobre atualmente em uso, mais fiáveis do que aqueles inteiramente de plástico utilizados no passado, são dotados de finíssimos fios que saem do cólon do útero e descem até à vagina, de forma que o médico possa extrair o dispositivo quando não é necessário.
Existem dispositivos intra-uterinos com formas diversas e duração variável (de 2 a 5 anos) segundo contenham cobre ou libertem progesterona. Logo depois da colocação do dispositivo a mulher deve submeter-se a controles de 2 em 2 ou de 3 em 3 meses, mas estes podem a seguir serem interrompidos se não se verificarem perturbações.

Funcionamento do dispositivo intra-uterino

O dispositivo intra-uterino impede a fecundação antes de mais nada criando no útero um ambiente inadaptado à implantação do óvulo fecundado. Para além disso, o cobre limita a mobilidade dos espermatozóides reduzindo a sua capacidade de alcançarem o óvulo na trompa de falópio. Por fim, o cobre provoca a contracção dos músculos uterinos, que impedem a implantação do óvulo fecundado.

Vantagens do dispositivo intra-uterino:

É um método contracetivo prático, contrariamente à pílula anticoncepcional, que ocorre recordar-se de tomar quotidianamente. Para além disso, não provoca nenhum efeito sobre o sistema hormonal e sobre o organismo em geral.

Inconvenientes do dispositivo intra-uterino:

Nos meses imediatamente sucessivos à colocação, o dispositivo intra-uterino provoca por vezes um aumento do fluxo menstrual, que a seguir se estabiliza progressivamente. Se, porém, o fluxo continua a ser abundante é necessário submeter-se a uma terapia pra reduzi-lo. Um outro inconveniente consiste nas pequenas perdas de sangue que se podem verificar entre um ciclo menstrual e o outro. Para além disso, o dispositivo intra-uterino pode acentuar as dores menstruais e aumentar o risco de infeções no útero.

Este, efetivamente, favorece a passagem das bactérias para o útero e para os ovários. O risco aumenta proporcionalmente ao número dos parceiros sexuais, potenciais portadores de infeções.
O dispositivo intra-uterino é um método contraceptivo que tem uma eficácia de cerca de 97%. Em caso de gravidez, no entanto, existe um risco maior de desenvolvimento extra-uterino do feto. Além disso, pode acontecer que o dispositivo intra-uterino se desloque contra a parede do útero e, de lá, em direcção à cavidade abdominal. Nestes casos é indispensável extraí-los com uma intervenção praticada sob anestesia.

Por vezes, pelo contrário, o dispositivo intra-uterino é expulso espontaneamente do útero e da vagina.
Se os fios "sobem" até ao útero, inconveniente infelizmente bastante frequente, não existe motivo de preocupação: o ginecologista saberá recolocá-los facilmente no seu lugar, na vagina, durante a consulta de controlo trimestral.

Nota: A introdução do dispositivo intra-uterino deverá ser efetuada por um ginecologista, no seu consultório privado, num hospital ou num centro de saúde.

Enviar um comentário

0 Comentários