Os tipos de climas e vegetação - estado de tempo - construção de gráficos termopluviométricos


Os grandes ambientes bioclimáticos do mundo
- Noção de Estado de Tempo e de Clima
- Construção de um gráfico termopluviométrico
- Leitura de um gráfico termopluviométrico
- Os tipos de climas e a vegetação

 
Os grandes ambientes bioclimáticos do mundo
Noção de Estado de Tempo e de Clima
Por uma ou outra razão, todos nós prestamos, pelo menos algumas vezes, mais ou menos atenção aos boletins meteorológicos difundidos pelos vários meios de comunicação, como a televisão, a rádio, os jornais e a internet, a fim de sabermos como está o tempo em diversos lugares ou mesmo como vai estar nas próximas horas ou nos próximos dias.
Uns porque querem programar o seu fim-de-semana ou as suas férias; os agricultores porque esperam chuvas para as suas colheitas ou desejam que elas parem quando são já demasiadas; os marinheiros e os pescadores porque temem os vendavais; os pilotos de aviação aérea porque querem saber se podem iniciar uma viagem com segurança.
Estas preocupações testemunham a importância do estado do tempo que, podendo ser favorável ou desfavorável a determinadas actividades, exerce uma grande influência na vida do ser humano.
O Estado de Tempo pode então definir-se como um estado passageiro (de curta duração) da atmosfera, numa região relativamente pouco extensa. O tempo que se faz sentir à tarde pode ser muito diferente do que se fez sentir de manhã; o tempo que em determinado momento, se faz sentir na cidade do Porto pode ser muito diferente do que se faz sentir nas cidades de Viseu, Évora, Lisboa ou em Faro.
O estado de tempo resulta, portanto, do comportamento e da combinação dos diversos fenómenos meteorológicos (elementos climáticos) que são, principalmente, a temperatura, a humidade do ar, as precipitações (chuva, neve, granizo ou saraiva), a visibilidade, a pressão atmosférica e a direcção e velocidade do vento.
Mas, se o tempo se refere ao estado momentâneo da atmosfera num determinado lugar e durante um período muito curto, o clima refere-se à sucessão (sequência) dos estados de tempo verificados durante um longo período de tempo (geralmente nunca inferior a 30 anos), isto porque os estados do tempo sofrem oscilações mais ou menos acentuadas de ano para ano e, por isso, só um longo período pode permitir tirar conclusões válidas sobre as condições habituais dominantes numa determinada região.
Por exemplo, em Portugal sabemos que no Verão, embora acidentalmente possa ocorrer um tempo chuvoso e fresco, predominam as temperaturas elevadas, o céu limpo e o vento fraco; pelo contrário, no Inverno domina o tempo chuvoso, frio e mais ou menos ventoso.
Normalmente, a caracterização do clima duma região é feita a partir da análise dos registos diários dos valores meteorológicos, destacando-se a temperatura e a precipitação. Esses estudos fazem-se recorrendo a gráficos termopluviométricos.
Um gráfico termopluviométrico é um gráfico que permite representar simultaneamente a variação da temperatura e da precipitação ao longo de um ano, num determinado lugar. É por essa razão que são muito utilizados em qualquer caracterização climática..
A interpretação de um gráfico termopluviométrico passa pelo cálculo e caracterização do seguinte:
- da temperatura média anual, que é o resultado da soma das temperaturas médias dos meses a dividir por doze ( número de meses);
- da amplitude térmica anual, que é o resultado da diferença entre a temperatura média do mês mais quente e a temperatura média do mês mais frio;
- da precipitação anual, que é o resultado da soma dos valores da precipitação registada em cada mês;
- do número de meses secos que corresponde ao mês em que o total de precipitação é igual ou inferior a duas vezes o valor da temperatura, isto é, quando a barra da precipitação fica abaixo da linha da temperatura. Quando isto não acontece, estamos na presença de meses húmidos.
Construção de um gráfico termopluviométrico

A construção de um gráfico termopluviométrico é simples, na medida em que ele consiste apenas da junção de um gráfico linear e de um histograma. Num gráfico deste tipo serão registadas duas variáveis: a temperatura (gráfico linear) e a precipitação (gráfico de barras - histograma). Vejamos como se constrói, considerando os dados de temperatura e de precipitação relativos à estação meteorológica do Porto, situada a uma latitude de 41º 08’N.

Para a construção deve-se utilizar uma folha de papel milimétrico.




- Começa-se por traçar, a 2 ou 3 cm da base de uma folha de papel milimétrico, uma linha horizontal (eixo horizontal) com 6 cm de comprimento, que se divide em 12 partes iguais (0,5 cm cada), correspondentes aos 12 meses do ano. A meio de cada um dos espaços escreve-se a inicial do respectivo mês.
- Constrói-se, em seguida, uma linha (eixo) vertical do lado esquerdo, neste caso com 9 cm de comprimento, e divide-se em partes iguais, de acordo com a seguinte escala: 1 cm = 10º C (de temperatura). Neste eixo representam-se os valores da temperatura, de acordo com o quadro. Para os representarmos, devemos marcar um ponto a meio do segmento correspondente a cada mês e a uma altura igual ao valor da temperatura desse mês.


- Uma vez marcados todos os pontos (12), unem-se, em seguida, com um marcador vermelho. Resulta, assim, uma curva que representa a variação anual da temperatura, ou seja, o chamado regime térmico.
- Traça-se agora outra linha (eixo) vertical no lado direito, neste caso, também com 9 cm de comprimento, e divide-se em partes iguais, utilizando a seguinte escala: 1 cm =20 mm (de precipitação). Neste eixo representam-se os valores da precipitação, conforme os dados do quadro. Para o fazer, constrói-se uma barra para cada mês com uma largura de 0,5 cm (correspondente à medida do segmento do mês) e com uma altura equivalente ao valor da precipitação desse mês.
Nota: Para que, a partir da leitura dos gráficos termopluviométricos, a caracterização climática seja mais fácil, deve-se utilizar na sua construção uma escala em que o valor da precipitação seja igual a duas vezes o valor da temperatura (P = 2 x T). Tal como se fez no exemplo, na escala da temperatura, a cada 10 mm faz-se corresponder 10º C e, na escala da precipitação, a cada 10 mm faz-se corresponder 20 mm de precipitação. Estas escalas, propriamente ditas, dependem dos valores extremos das variáveis. Este tipo de escala permite visualizar facilmente os meses secos e os meses húmidos.
- Depois de se representarem todas as barras (relativas aos 12 meses do ano), consegue-se visualizar facilmente o modo como a precipitação se distribui ao longo do ano, ou seja, percebe-se claramente qual é o regime pluviométrico.
- Em seguida, pinta-se com um marcador amarelo o interior das barras de precipitação dos meses secos. Um mês é considerado seco quando a precipitação total mensal é inferior ao dobro da temperatura média mensal: P<2T ;
- Uma vez concluída a construção, escreve-se, no cimo do gráfico, o nome da estação meteorológica a que os dados dizem respeito e o seu valor de latitude.


Leitura de um gráfico termopluviométrico




De acordo com o exemplo apresentado, a leitura do gráfico pode ser a seguinte:
Quanto ao regime térmico:
- a temperatura varia ao longo do ano entre 8,8º C em Janeiro e 19,7º C em Agosto;



- as temperaturas mais elevadas registam-se nos meses de Verão e nos meses de Inverno as temperaturas são mais moderadas;
- a amplitude de variação térmica é bastante moderada (19,7º C – 8,8º C) = 10,9º C.
Quanto ao regime pluviométrico:
- a queda de precipitação varia consideravelmente de mês para mês, sendo mais abundante no Outono-Inverno e mais escassa no Verão;
- o valor máximo é de 179,3 mm e regista-se em Janeiro;
- o valor mínimo é de 16,5 mm e regista-se em Agosto;
- o total anual de precipitação é fraco – bastante inferior a 1000 mm;
- a estação seca (Julho e Agosto) é curta e coincide com a época mais quente.
Quanto ao regime termopluviométrico:
- à medida que as temperaturas vão aumentando o total de precipitação vai diminuindo e vice-versa.

Os tipos de climas e a vegetação

A distribuição e diferenciação dos vários tipos de climas dependem do modo como se distribuem os elementos climáticos e os factores que mais os influenciam. Apesar de várias diferenças regionais, pode-se definir genericamente os seguintes conjuntos climáticos e respectivos climas:


Zona Quente: Clima Equatorial; Clima Tropical (húmido e seco) e Clima Desértico.
Zona Temperada: Clima Mediterrânico; Clima Marítimo ou Oceânico e Clima Continental.
Zona Fria: Clima Continental ou Subpolar e Clima Polar. Os climas de altitude não acompanham a distribuição latitudinal dos climas.

As regiões de Clima Equatorial
O Clima equatorial, como o próprio nome indica, localiza-se numa faixa que envolve o Equador, limitada, sensivelmente, pelos paralelos 5º S e 5 º N, podendo chegar, em algumas regiões, aos 10º S e 10º N. Abrange, por isso, áreas como, por exemplo, o Zaire, a bacia do Amazonas, a bacia do Congo, Madagáscar e a maior parte das ilhas situadas entre os oceanos Índico e Pacífico, na zona equatorial.

Principais características:
- temperaturas médias mensais elevadas e praticamente constantes ao longo do ano, geralmente superiores a 20º C) – As temperaturas elevadas praticamente constantes ao longo do ano devem-se à reduzida inclinação dos raios solares e ao facto de a duração do dia natural e da noite ser praticamente sempre a mesma;
- amplitudes térmicas anuais quase nulas, normalmente inferiores a 3º C;
- precipitação abundante e mais ou menos regular ao longo do ano, com registos superiores a 1500 mm – Os elevados valores de precipitação justificam-se pela presença constante das baixas pressões equatoriais, que provocam chuvas convectivas ou de convecção (chuvas provocadas pela ascendência brusca de ar fortemente aquecido e húmido à superfície);
- não existem estações diferenciadas (apenas estação húmida), já que todos os meses do ano são muito quentes, húmidos e pluviosos.
- vegetação característica: Floresta Equatorial ou Floresta Ombrófila ou ainda, vulgarmente, Floresta Virgem. Trata-se de uma floresta muito densa, compacta e com grande variedade de espécies arbóreas, devido ao calor e humidade intensos.
A floresta equatorial é constituída por um elevado número de espécies, muito próximas umas das outras, com troncos altos e esguios e folhas largas e persistentes. Devido à competição pela luz, verifica-se, normalmente, a existência de vários estratos arbóreos: o mais elevado, constituído por árvores de grande porte, com uma altura de 10 a 30 metros, e, por fim, o estrato inferior, que comporta árvores com cerca de 10 metros.
Depois dos estratos arbóreos, é possível observar um estrato arbustivo, mais ou menos alto e denso, com folhas muito delgadas, quase transparentes, em consequência da grande humidade e da fraca radiação solar existente a este nível.
Por fim, junto ao solo, é possível encontrar um manto herbáceo pouco desenvolvido, devido à quase ausência de luminosidade provocada pelas copas das árvores, que compõem os diferentes estratos superiores.
Na floresta equatorial é possível observar ainda a existência de lianas e de epífitas, cuja forma de vida assume características muito particulares. As lianas são plantas trepadeiras que se enrolam nas árvores, pelas quais sobem, à procura de luz. As epífitas são plantas que não têm as raízes presas ao solo e vivem sobre outras plantas, que lhes servem de suporte.

As regiões de Clima Tropical
Os climas tropicais localizam-se entre os Trópicos de Câncer e Capricórnio, a seguir à faixa do Clima Equatorial, sensivelmente entre os 5º e os 12º de latitude Norte e Sul (clima tropical húmido) e entre os 10º e os 12º e os 15º e os 18º de latitude Norte e Sul (clima tropical seco). Principais características:
- temperaturas médias mensais muito elevadas ao longo do ano (superiores a 20º C);
-amplitudes térmicas reduzidas, embora ligeiramente superiores às do clima equatorial;
- as chuvas são abundantes , mas concentram-se numa só época do ano (estação das chuvas);
- apresentam duas estações distintas: uma estação húmida e uma estação seca.
Se a estação pluviosa é mais longa do que a estação seca, o clima é Tropical Húmido. Se, pelo contrário, a estação seca for mais longa do que a estação húmida, o clima é Tropical Seco. Nas regiões afectadas pelas Monções, o clima é muito pluvioso na estação húmida, designando-se o mesmo por Clima Tropical de Monção.

- vegetação característica do clima tropical húmido:

Floresta Tropical (floresta bastante densa com árvores mais baixas que as da floresta equatorial, mais espaçadas entre si e de copa mais larga); Savana (formação vegetal dominante e que é constituída por ervas altas e espaçadas intercaladas por uma vegetação rasteira).

- vegetação característica do clima tropical seco:
Floresta Tropical Seca, muitas vezes espinhosa, e na sua quase totalidade desprovida de folhas na estação seca; Savana (ervas e tufos de arbustos espinhosos); nas zonas mais áridas pode-se encontrar a Estepe Tropical (formação vegetal típica e que é constituída por plantas herbáceas baixas; pequenas e raras árvores e tufos de arbustos dispersos). Nas regiões em que a estação seca é mais prolongada, a vegetação apresenta já características xerófilas (plantas adaptadas à secura, isto é, muito pouco exigentes em água).

Na zona intertropical, a precipitação diminui com o aumento da latitude e a estação seca torna-se mais longa à medida que nos afastamos do Equador.
O Clima Tropical de Monção
Trata-se de uma variante do clima tropical húmido, em que o total da precipitação se aproxima dos valores do clima equatorial.
A ocorrência deste tipo de clima deve-se à actuação conjunta de vários factores:
- distribuição dos continentes e oceanos;
- características de relevo;
- ventos que sopram na zona intertropical;
- a diferente capacidade de aquecimento do continente e do oceano responsável pela diferença de temperatura e de pressão entre o oceano e o continente.

As monções ocorrem, sobretudo, no Sul e Sueste da Ásia, na Indonésia, nas costas africanas do golfo da Guiné, no Noroeste de Madagáscar e na costa do Nordeste da Austrália.As monções definem-se como ventos periódicos que no Verão sopram do mar para a terra (monção marítima) e no Inverno sopram da terra para o mar (monção continental).
As regiões de Clima Desértico
Encontra-se a seguir à faixa dos climas tropicais e, localiza-se entre as latitudes 15º e 30º Norte e Sul. Abrange, por isso, áreas como, por exemplo, os desertos do Sara, da Namíbia (Calaári), do Arizona (Mojave), do Atacama e do Grande Deserto Australiano. Contudo podemos encontrar desertos em latitudes mais elevadas do globo em virtude de factores locais como: a continentalidade, as barreiras orográficas e as correntes marítimas.

Principais características:
- temperaturas médias mensais muito elevadas ao longo do ano;
- amplitudes térmicas anuais relativamente acentuadas, geralmente, superiores a 15º C;
- amplitudes térmicas diurnas elevadíssimas, podendo ultrapassar os 30º C – Estas amplitudes térmicas diurnas explicam-se devido à escassez de vapor de água na atmosfera;
- precipitação rara e irregular (menos de 250 mm por ano);
- não existe estação húmida (podem passar-se anos sem cair uma gota de água, mas quando chove é torrencialmente, formando-se enxurradas que tudo arrastam na sua frente).
Nos desertos existe uma grande escassez de água e humidade, influenciada por: altas pressões permanentes (altas pressões subtropicais), rápida evaporação, forte insolação, continentalidade, ventos fortes e secos e barreiras orográficas.
- vegetação característica: vegetação rara e rudimentar constituída essencialmente por cactos, devido à elevada temperatura e escassez de precipitação. Nas regiões onde as chuvas são extremamente raras, a vegetação está completamente ausente: é o deserto absoluto, arenoso ou pedregoso. Apenas nos Oásis (espaço com vegetação no meio do deserto) onde as águas subterrâneas (toalha freática) estão próximas da superfície surgem áreas verdejantes.
As regiões de Clima Mediterrânico
O Clima Mediterrânico distribui-se pela bacia do mar Mediterrâneo (Sul da Europa e Norte de África), Califórnia, região central do Chile, região do Cabo na África do Sul e Sudoeste da Austrália.

Principais características: 
- Verões quentes, longos e secos (temperatura média do mês mais quente compreendida entre os 21º e os 27º C e temperaturas máximas que podem atingir os 40º C) - (o número de meses secos é por vezes superior a 5);
- Invernos são curtos, húmidos e suaves (temperatura média do mês mais frio entre 6 e 10º C);
- amplitudes térmicas anuais moderadas (entre 6 e 17º C);
-Precipitação escassa e irregular, concentrando-se essencialmente nos meses de Outono e Inverno, devido à maior influência das baixas pressões subpolares nesta altura do ano (o total anual pode variar de 400 a 900 mm).
A secura do Clima Mediterrânico, em particular no Verão, explica-se pelo facto de as regiões entre os paralelos de 30º e 40º de latitude serem invadidas, durante grande parte do ano, pelos anticiclones subtropicais que dificultam a formação de nuvens e, portanto, de chuvas. No Outono e no Inverno, os mesmos anticiclones retiram-se para latitudes inferiores, deixando o caminho livre às perturbações frontais vindas de Oeste, originando então chuvas mais ou menos abundantes e muitas vezes acompanhadas de trovoadas.
- o número de meses secos pode variar entre 4 e 7;
- vegetação característica:
Floresta Mediterrânica (formação vegetal constituída por árvores, geralmente de pequeno porte e de folhagem persistente –sobreiros, azinheiras, alfarrobeiras, medronheiros, zambujeiros); Maquis (formação vegetal essencialmente arbustiva, muito densa, árvores-anãs); Garrigue (formação vegetal que surge em áreas onde o solo é mais pobre – de origem calcária – e que é constituída por vegetação arbustiva e herbácea, da qual sobressaem a oliveira brava, a lavanda e o rosmaninho entre outras plantas aromáticas de muito pequeno porte. A vegetação dispersa-se pela paisagem.
As regiões de Clima temperado Marítimo ou Oceânico

Predomina na Europa Ocidental desde o Norte de Portugal até à costa setentrional e ocidental da Escandinávia, na faixa costeira do noroeste dos EUA e do sudoeste do Canadá, no litoral sul do Chile, no sudeste da Austrália e na Nova Zelândia.

Principais características:
- temperaturas médias mensais amenas, sendo o Verão fresco (temperatura média compreendida entre os 15 e os 20º C) e o Inverno pouco frio (temperatura média superior a 5º C);
- amplitude térmica anual pouco acentuada;
A amenidade das temperaturas deve-se à proximidade do mar.
- chove todo o ano, embora mais abundantemente no Outono e no Inverno;
- os máximos de precipitação ocorrem no período mais frio;
- não tem meses secos;
A abundância de precipitação deve-se aos ventos húmidos que sopram do oceano e à influência das baixas pressões subpolares, sobretudo durante a época de Inverno, altura em que, no hemisfério Norte, esses centros barométricos se localizam mais para Sul.
- vegetação característica: Floresta de Folha Caduca ou Floresta Caducifólia constituída maioritariamente por árvores altas e de grandes folhas. As mais comuns são: os plátanos, o carvalho-roble, as faias, as bétulas, as tílias, os olmos, os freixos, etc.; Prados (formações herbáceas, tenras e quase sempre verdes).
As regiões de Clima Temperado Continental
Predomina no interior e nas fachadas orientais dos continentes, como no sul do Canadá, no leste e no centro dos EUA, no interior da Europa, no Sul e interior Norte da Ásia, longe das influências marítimas.

Principais características:
- Invernos longos, secos e muito frios (as temperaturas podem atingir com frequência valores inferiores a -15º C), enquanto os Verões são quentes, curtos e com precipitação;
- amplitude térmica anual muito elevada, superior a 20º C, chegando a atingir, em algumas estações, os 40º C;
- precipitações relativamente escassas com máximos no Verão e mínimos no Inverno, frequentemente sob a forma de neve;
Esta distribuição da precipitação relaciona-se com a temperatura do ar. No Inverno, o ar, em contacto com o solo muito frio, torna-se mais pesado e desce, formando centros de altas pressões. No Verão, pelo contrário, em contacto com o solo muito quente, torna-se mais leve e sobe, formando centros de baixas pressões, responsáveis pela precipitação mais abundante nesta altura do ano. - vegetação característica: Pradaria ou Estepe Temperada (formação vegetal herbácea contínua, muito densa e mais ou menos homogénea. Nas regiões onde este tipo de clima é menos excessivo e mais pluvioso, surge a Floresta Mista, assim chamada por ser constituída por árvores de folha caduca e por árvores de folha persistente. As mais comuns são os pinheiros e os abetos.

As regiões de Clima Frio Continental ou Clima Subpolar
Localiza-se no interior dos continentes nas áreas de prolongamento do clima temperado continental, sensivelmente entre as latitudes 55º e 65º N. É próprio do Norte da Europa, da Sibéria, do Alasca e do Norte do Canadá).

Principais características:
- Invernos muito frios e longos (durante cerca de seis a oito meses a temperatura desce abaixo dos 0º C);
- Verões pouco quentes e curtos (temperatura média mensal inferior a 18º C);
- amplitudes térmicas anuais relativamente elevadas;
- precipitações bastante reduzidas, ocorrendo os seus máximos na época estival (Verão). No Inverno, ocorre sob a forma de neve;
- vegetação característica: Floresta de Coníferas ou boreal constituída por árvores de folhas persistentes, resinosas e com forma de agulhas. Na Sibéria esta floresta toma a designação de Taiga. As mais comuns são os pinheiros e os abetos.
As regiões de Clima Polar
Este clima surge nas altas latitudes (70º a 80º) a norte dos continentes americano, asiático e junto às regiões polares da Europa (Norte da Escandinávia). Faz-se sentir também em grande parte da Gronelândia e na Antárctida.

Principais características:
- Invernos muito frios e prolongados;
- Verões quase inexistentes (as temperaturas do mês mais quente não ultrapassam, em média, os 10º C);
- temperaturas médias mensais negativas na maior parte dos meses do ano;
- amplitudes térmicas anuais muito acentuadas;
- precipitações muito reduzidas na maior parte do ano, sendo mais abundante nos meses menos frios. Nos restantes meses ocorre sob a forma de neve;
- vegetação característica: Tundra (formação vegetal rasteira, apenas com alguns centímetros de altura, constituída por ervas, musgos e líquenes e quase desprovida de árvores). Trata-se da formação vegetal mais degradada e pobre da superfície da Terra.
Nestas áreas, a neve e o gelo formam como que um deserto branco, na maior do ano. O solo está permanentemente gelado (permafrost).


Os climas de altitude (de montanha)
Existem montanhas em todo o globo mas, consoante a zona climática onde se localizam, apresentam características próprias. Os climas de montanha encontram-se bastante dispersos pela superfície terrestre, e tanto surgem na região intertropical como nas regiões temperadas. Todavia, todas elas registam diminuição da temperatura com o aumento da altitude e a amplitude térmica diurna é significativa.
Da base da montanha até ao topo existem como que diferentes climas, numa sucessão semelhante à distribuição latitudinal dos climas. A precipitação é mais abundante nas vertentes expostas aos ventos dominantes e à medida que aumenta a altitude a precipitação sob a forma de neve torna-se mais abundante.
A vegetação vai acompanhar a variação do clima com a altitude e distribui-se por patamares.
Principais características:
- Verões praticamente inexistentes;
- Invernos bastante frios;
- amplitude térmica anula não muito elevada;
- amplitude térmica diurna bastante significativa (chegando a atingir os 25º C e os 30º C, devido; ao rápido aquecimento do ar durante o dia e ao arrefecimento muito brusco durante a noite);
- precipitação abundante, ocorrendo, na maior parte do ano, sob a forma de neve.


Os diferentes tipos de climas - gráficos termopluviométricos

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