Aborto espontâneo

 Definição de Aborto Espontâneo

Em medicina, o aborto espontâneo é definido como a perda acidental do feto antes dos 180 dias de gestação (28 semanas). Para além deste limite fala-se de parto prematuro. Um recém-nascido de 180 dias pode efetivamente sobreviver se for adequadamente assistido.

O aborto espontâneo surge sem intervenção externa, enquanto que a interrupção voluntária da gravidez (IVG) é provocada intencionalmente por meio de fármacos ou de uma pequena intervenção cirúrgica. Nos países desenvolvidos, o aborto espontâneo afeta uma mulher grávida em cada dez. É precedido por contrações dolorosas na região pélvica e provoca perdas de sangue. Em cerca de 50% dos casos o feto apresenta malformações graves. Nestes casos o aborto espontâneo seria uma forma de seleção natural que elimina os fetos portadores de malformações incompatíveis com a vida.

Causas de um aborto espontâneo
I) o aborto manifesta-se com perda de sangue, dores pélvicas, dorsais e abdominais.

II) Sucessivamente o feto e a placenta são praticamente expulsos para fora do útero.

III) A expulsão do feto e da placenta raramente é completa, daqui a necessidade de uma raspagem do útero.

Numa gravidez normal situações traumáticas, tais como por exemplo acidentes rodoviários ou desportivos, são geralmente superados sem consequências negativas para a saúde da mulher e do feto.
Pelo contrário, uma capacidade de reação semelhante resultaria reduzida pelo stress e pelo abuso de álcool e de tabaco, apesar destes dados não estarem devidamente confirmados.

Causas confirmadas de aborto espontâneo são porém:

--> as complicações de rubéola, icterícia, papeira, citomegalovírus e outras doenças infeciosas, sobretudo se são de origem viral;

--> as perturbações do metabolismo materno como a diabetes, algumas inflamações crónicas dos rins, ou ainda um desequilíbrio hormonal;

--> anomalias da cavidade uterina, prolapso uterino ou fibromas.

Também, a incompatibilidade do grupo RH entre a mãe e a criança era responsável por numerosos abortos expontâneos antes da introdução da vacina anti-rhesus.

Esta incompatibilidade é ainda a causa de muitos abortos espontâneos em numerosos países em vias de desenvolvimento.

Atenção: se entre a 5ª e a 10ª semanas surgir uma dor abdominal intensa e súbita, isso poderá sugerir uma gravidez ectópica. Como esta situação pode ser fatal, consulte de imediato o médico.

Terapia em caso de aborto espontâneo

Quando se deve consultar o médico?

Não existe tratamento para a ameaça de aborto espontâneo, mas a mulher deve sujeitar-se a uma análise por ultrassons para determinar se a gravidez é viável.
Em caso de perda de sangue ou de contrações dolorosas da região pélvica é preferível consultar o obstetra.
Infelizmente, por vezes, não se manifesta nenhum sintoma e a expulsão do feto pode acontecer inesperadamente, geralmente enquanto a mulher urina.

No caso de abortos espontâneos recorrentes (pelo menos três seguidos), o tratamento deverá incluir:

--> um check-up completo tanto da mulher como do parceiro, analisando em especial alguma infeção latente nos órgãos reprodutores feminino e masculino;

--> programas de desintoxicação nutricional pré-concecionais;

--> aconselhamento.

Mesmo quando uma interrupção é levada a cabo para pôr fim a uma gravidez não desejada, executada quer no início quer num estado mais avançado, o processo pode ser traumático para muitas mulheres. Devem sujeitar-se a um programa de aconselhamento pós-aborto, ter apoio emocional por parte do parceiro e da família e repouso físico adequado.

O papel do médico:

O médico examina o útero e efetua uma ecografia. Em presença de um aborto pratica-se a raspagem do útero.
A raspagem do útero é quase inevitável depois de um aborto espontâneo, uma vez que os eventuais fragmentos de material fetal e placentário que ficaram no útero podem provocar uma grave infeção generalizada (septicemia).

Prevenção das complicações:

Infelizmente a raspagem do útero deve ser praticada sempre, depois de um aborto espontâneo.
O médico nunca pode ter a certeza que o feto e a placenta foram completamente expulsos; a sua presença no útero provoca febre e inflamação que pode causar um choque séptico.
Se a mulher sofreu um aborto espontâneo não imputável a uma doença materna, não tem nenhum motivo de temer que esta situação se repita no futuro.
Muitas vezes, a segunda gravidez poderá ser levada até ao fim regularmente e a criança nascer perfeitamente normal.

Como evitar os abortos espontâneos

Antes de mais nada, devem eliminar-se todos os riscos do início da gravidez, detetando a tempo anomalias da cavidade uterina e fazendo-se vacinar contra a rubéola.
Durante a gravidez devem evitar-se o álcool e o tabaco.
A vacina anti rhésus é indispensável em caso de incompatibilidade feto-mãe, para evitar interrupções da gravidez sucessivas.

Nota: Não se esqueça dos principais sintomas da proximidade de um aborto espontâneo:

--> contrasções dolorosas na região pélvica( dores e cólicas abdominais ou lombares do tipo menstrual);

--> perda de sangue durante os primeiros 180 dias de gravidez ( hemorragias, coágulos ou um corrimento vaginal castanho-escuro).

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