O conflito israelo-palestiniano - Filme Paradise Now (Paraíso Agora)

 Paradise Now, o terror e o radicalismo

"Paraíso agora" tornou-se no primeiro filme palestiniano a ser premiado no Festival de Berlim onde recebeu os prémios do Público, de Melhor Filme Europeu e o prémio da Amnistia Internacional.

Este filme foi também nomeado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, nos Estados Unidos, para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro.

"Paraíso agora" foi filmado em Nablus, e relata as últimas 24 horas de dois suicidas palestinianos.

Breve resumo do filme:

Dirigido por Hany Abu-Assad e lançado em 2005, o filme Paradise Now (O paraíso agora) conta a história de dois jovens palestinianos, Said e Khaled, que são recrutados por uma organização extremista para cometerem um ataque suicida em Israel.

Esta obra possui um enredo muito diferente da maioria dos filmes sobre o conflito israelo-palestiniano. Além de humanizar a figura dos terroristas, demonstrando que antes de se tornarem homens-bomba, estes jovens tinham uma vida comum, parecida com a dos seus conterrâneos, o filme evidencia a miséria e a injustiça que assola o povo palestiniano.

O contraste entre as paisagens de Nablus, na Cisjordânia, e de Telavive, em Israel, explicita a desigualdade existente na região. O título do filme (Paraíso Agora, na tradução literal para o português) é provocativo neste sentido, pois sugere que há uma busca imediata pelo paraíso, dada a situação de desespero com que vivem os protagonistas.

As motivações dos jovens para cometerem o ataque, apesar de não serem idênticas, inserem-se no contexto de ocupação israelita no território palestiniano e na cultura do ódio entre árabes e israelitas na região. 

O filme apresenta uma das etapas do círculo vicioso da intolerância e da violência de um dos conflitos étnico-religiosos mais duradouros da contemporaneidade.

O ódio que leva estes jovens à prática da violência contra os israelitas / judeus reforça o ódio contra os palestinianos / muçulmanos e, assim, o ciclo da violência parece não encontrar um fim. Para tornar o enredo ainda mais crítico, a trama conta também com a presença da filha de um mártir palestiniano, Suha, que se opõe aos ataques terroristas.

A personagem tenta convencer os jovens de quão equivocados são os atentados cometidos pelos extremistas, lembrando que os mesmos vitimam muitos inocentes e que reforçam / legitimam a política de terror imposta pelo Estado de Israel ao povo palestiniano.

Esta obra realiza uma discussão muito interessante acerca do radicalismo e da intolerância político-religiosa, do conflito israelo-árabe e do terrorismo. 

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