Brasil - A destruição da Amazónia

 A destruição da Amazónia: Um desastre a nível planetário

O Brasil (independente desde 1822) com uma área de 8 514 215,3 Km2 e uma população superior a 184 milhões de habitantes é o maior país da América do Sul.

O Brasil é conhecido mundialmente pela sua enorme floresta tropical (a Amazónia) que permaneceu quase intocada até há 50 anos, mas que actualmente se encontra seriamente ameaçada.

A extinção de muitas espécies animais e vegetais foi referida na primeira Conferência Internacional Ambiental da ONU, no Rio de Janeiro, em 1992, como um dos grandes problemas ambientais do Século XX. O progresso das sociedades e a ganância económica têm dizimado milhares de espécies vegetais e animais, dos mais variados ambientes bioclimáticos.

Ao sermos responsáveis pela extinção de algumas espécies estamos a contribuir para a delapidação de um património genético essencial para a produção de medicamentos e a cura de muitas doenças.

A selva Amazónica estende-se muito para além da bacia do rio Amazonas. Cerca de 60% da Amazónia está no Brasil. Os restantes 40% distribuem-se pelos países circunvizinhos.

Na figura (em cima): A localização do Brasil e a extensão da floresta amazónica.

A Amazónia não é apenas uma grande planície coberta de floresta densa e homogénea. Esta região abriga variados ecossistemas específicos em clima, fauna e flora (é a mais rica e a maior floresta tropical do planeta). As quatro mil espécies vegetais da Amazónia são responsáveis por 50% do oxigénio da Terra e os seus rios constituem uma das maiores reservas de água doce do Mundo.

Segundo o Fundo Mundial para a vida Selvagem (WWF), o Brasil tem a maior taxa de desflorestação do Mundo. Todos os anos cerca de 18 200 Km2 de floresta amazónica são destruídos. É uma ameaça, entre outras, à biodiversidade.

O Brasil é considerado o país de maior biodiversidade biológica do planeta. Segundo o IBAMA, órgão responsável pelas listas oficiais de espécies de fauna e da flora brasileiras ameaçadas de extinção, 219 espécies animais e 106 espécies vegetais correm o risco de desaparecer.

Na figura (em cima): A destruição da floresta amazónica (no Brasil). De cor castanha, a área desmatada; de cor amarela, a área sujeita a queimada.

Os factores que ameaçam a biodiversidade são a caça predatória e ilegal, o derrube de florestas, as queimadas, a destruição dos ecossistemas para loteamento e a poluição dos rios. Outro problema que ameaça a fauna e flora brasileira é a chamada biopirataria.

Os interesses económicos têm conduzido madeireiros, fazendeiros e empresas poderosas a uma destruição criminosa da floresta amazónica com implicações locais (por exemplo, nos povos indígenas que nela vivem) e globais (a Amazónia é a principal "fonte" de oxigénio do planeta).

Na figura (em cima): O derrube e a extracção de madeira ilegalmente da floresta amazónica.

A manter-se a exploração descontrolada e criminosa da floresta amazónica, o mogno é uma das espécies que se poderá extinguir. Perante esta situação é fundamental alertar as comunidades brasileira e internacional para a protecção da biodiversidade.

O Greenpeace tem desenvolvido projectos com os municípios brasileiros por forma a que estes assumam compromissos com a preservação da floresta amazónica. Por exemplo, o programa Cidade Amiga da Amazónia, tem como principal objectivo criar uma legislação municipal que elimine a compra de madeira de origem ilegal e a desflorestação riminosa. Com este programa pretende-se ajudar a criação de condições de mercado para a madeira produzida de forma sustentável na Amazónia.

O crescimento económico do Brasil passa pelo incremento do sector agro-industrial na Amazónia, o que tem contribuído para a sua destruição. A construição de acessibilidades (portos,caminhos-de-ferro e construção de estradas) tem acentuado a delapidação da floresta.

As propriedades dedicadas à criação de gado bovino vão-se estendendo, com prezuízo das florestas.
Par combater esta realidade têm sido tomadas algumas medidas, nomeadamente, a proibição de caça e pesca a animais em vias de extinção, maior controlo no tráfico de animais e a criação de reservas e áreas protegidas.

Porém, as riquezas desta vasta região, mais do que as preocupações ecológicas, têm levado alguns países desenvolvidos a contestar a soberania brasileira sobre a Amazónia. Eis alguns desses exemplos:

--> Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazónia não é deles, mas de todos nós. (Al Gore, 1989, vice-presidente dos EUA);

--> O Brasil precisa de aceitar uma soberania relativa sobre a Amazónia. (François Miterrand, ex-presidente da França);

--> O Brasil deve delegar parte dos seus direitos sobre a Amazónia aos organismos internacionais competentes. (Mikhail Gorbachev, 1992, ex-pesidente da URSS);

--> A Amazónia deve ser intocável, pois constituiu-se no banco de reservas florestais da Humanidade. (Congresso de Ecologistas Alemães, 1990).

Assim, se o ritmo de devastação continuar, em apenas algumas décadas, a Humanidade poderá encontrar-se face a um desequilíbrio ecológico catastrófico e irreversível.
Uma parte do planeta perderá as chuvas provenientes da evapotranspiração da selva.

Na figura( em cima): As trocas de água na floresta equatorial (os valores são expressos em ton/ha).

A atmosfera será invadida por milhares de toneladas de gás carbónico.

A desvastação contribuirá para o aparecimento de novos buracos na camada de ozono, a Terra aquecerá ainda mais, devido ao aumento do "efeito de estufa" e tornar-se-á mais difícil fazer previsões seguras para as colheitas.

A recuperação da floresta amazónica e das restantes florestas tropicais e equatoriais pode demorar 50 anos.

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