A destruição da camada de ozono

 A depleção da camada de ozono

As grandes concentrações de ozono encontram-se entre os 15 e os 40 Km de altitude (principalmente aos 35 Km). A camada de ozono protege pessoas, animais e plantas, dado que filtra os raios ultravioletas (UV-B) prejudiciais.
Porém, ao nível do solo, o ozono é um gás altamente poluente. É prejudicial aos seres humanos (irrita os órgãos respiratórios), afecta o crescimento das plantas e causa problemas em vários materiais, por exemplo, a desintegração da borracha.

Desde a década de 80 todas as investigações têm demonstrado que a camada de ozono tem vindo a diminuir (em 1998 cerca de 3-6% abaixo dos níveis de 1979).
Todas as pesquisas confirmaram (desde 1974) que os denominados clorofluorcarbonetos (gases CFC) são os grandes responsáveis pela destruição e diminuição da camada de ozono.

Os CFC são compostos atóxicos e estáveis, não são inflamáveis, não reagem a outras substâncias e também não corroem os mateiais. São considerados bons isoladores quando insuflados em espuma plástica. São utilizados para o fabrico de recipientes de bebidas quentes, de embalagens ou materiais de isolamento de paredes.

Alguns dos CFC evaporam-se e recondensam-se à temperatura ambiente. Esta propriedade faz com que os CFC sejam utilizados como refrigeradores, nos frigoríficos e nos aparelhos de ar condicionado (vulgarmente conhecidos pela designação de fréon). Os CFC são ainda utilizados como solventes para limpeza de metais e mesmo dos interstícios das placas de circuitos electrónicos.
Na realidade, depois de libertadas à superfície, as moléculas dos CFC, embora possam permanecer mais de oito anos na baixa atmosfera, migram lentamente para a estratosfera onde se inicia uma sequência de reacções.

Estratosfera: camada da atmosfera situada, aproximadamente, entre os 10Km e os 50 Km de altitude.
Foi em 1985 que a revista britânica Nature alertou a comunidade internacional para o problema do "buraco" do azono sobre a Antárctida. Medições anuais demonstraram que este "buraco" aparecia todas as primaveras e que a sua extensão aumentava a uma velocidade alarmante.

Nota: Na figura acima observa-se a evolução do tamanho do buraco da camada de ozono entre 1979 e 1999.
O "buraco" do ozono não é, na realidade, um buraco. É uma redução da camada de ozono que ocorre anualmente nas regiões polares, na Primavera, seguida de uma recuperação durante o Verão.

Fala-se de "buraco" da camada de ozono desde que o valor da coluna constituída por ozono seja inferior a 220 unidades Dobson (UD) - (unidade de medida que descreve a espessura da camada de ozono numa coluna de ar em condições-padrão - temperatura 0ºC e pressão normal - 300 UD equivalem a 3 mm de espessura).

Principais efeitos da diminuição do ozono

Efeitos na saúde humana:

--> queimaduras solares profundas;
--> maior número de cataratas oculares;
--> enfraquecimento dosistema imunitário.

Efeitos nos alimentos e na floresta:

--> diminuição das colheitas (para algumas plantas);
--> redução das espécies piscícolas;
--> diminuição da produtividade florestal.

Efeitos nos materiais e poluição atmosférica:

--> aumento das acumulações ácidas;
--> aumento do smog fotoquímico;
--> degradação de plásticos e pinturas exteriores.

Efeitos na vida selvagem:

--> aumento das doenças oculares em algumas espécies;
--> diminuição das espécies aquáticas sensíveis à radiação ultra-violeta;
--> redução do fitoplâncton superficial;
--> destruição das cadeias alimentares marinhas devido à redução de fitoplâncton.

Efeitos no aquecimento global:

--> aceleração do aquecimento devido à menor capacidade de o oceano retirar dióxido de carbono da atmosfera através do fitoplâncton;
--> acção dos CFC como gases de estufa.
Para que a camada de ozono não diminua teremos de deixar de produzir gases depletores. Mesmo com uma acção persistente e activa, eram necessários, segundo os especialistas, cerca de 50 anos para que a camada de ozono atingisse os níveis de 1980. E seriam necessários 100 anos para que a camada de ozono atingisse os níveis de 1950.

Em 1987, representantes de 36 países reunidos em Montreal (no Canadá), chegaram a um acordo que passou a ser conhecido como "Protocolo de Montreal".
Na sequência deste seguiram-se outros protocolos: o de Londres em 1990, o de Copenhaga em 1992, o de Viena em 1995, novamente o de Montreal em 1997 e o de Pequim em 1999. A meta destes acordos internacionais foi, inicialmente, a de reduzir para metade o consumo dos cinco principais gases CFC em relação às cifras de 1986 e, mais tarde, excluí-los quase totalmente.
É desejável uma efectiva cooperação internacional para a prevenção dos graves problemas ambientais que afectam o nosso planeta.

Para reduzir a concentração dos poluentes atmosféricos são necessários tanto medidas preventivas como correctivas.
Os países desenvolvidos concordam com a necessidade de proibir, ou ao menos limitar, o emprego dos gases CFC para evitar que os seus efeitos destruam o equilíbrio térmico da Terra.
Mas no momento de serem tomadas medidas concretas, surgiram divergências quanto às possíveis soluções.
Os Estados Unidos da América já demonstraram que é possível substituir os CFC com substâncias não poluentes. No entanto, o passo decisivo ainda não foi tomado: deixar de usar os sprays que contêm CFC.

Se ninguém comprar estes produtos, as indústrias hão-de usar outros sistemas sem esperar por uma possível proibição dos governos.
Os CFC podem ser substituídos com vapor aquoso na maioria das bombas de spray e dos sistemas de ar condicionado. Mas a mudança decisiva deve manifestar-se em primeiro lugar nos hábitos dos consumidores.

A questão não se refere somente aos desodorizantes ou às lacas para os cabelos mas também a pinturas e detergentes que deveram ser menos poluentes e não têm necessidade nenhuma de serem vendidos sob a forma de aerossol.
Durante muitos anos os CFC foram usados em frigoríficos e na indústria electrónica. No entanto, não nos podemos esquecer que, apesar de no futuro se produzirem máquinas sem estes gases, as que hoje usamos ainda os têm.
Seria bom que existisse um mecanismo de recolha desses electrodomésticos e outras máquinas para recuperar e reconverter os CFC.

6 regras de ouro para o uso dos sprays

--> As lacas, os desodorizantes, etc., estão à venda também em outras confecções que não são sprays;

--> Ao comprar um spray deve-se controlar que o produto não contenha substâncias poluentes;

--> Na maioria das vezes usa-se uma quantidade de produto que supera 1/3 a 1/5 o necessário;

--> Se a maioria dos consumidores deixasse de comprar os sprays, as indústrias deixariam de produzi-los;

--> É nosso dever informar amigos e parentes a respeito do problema da camada de ozono falando com eles sobre este assunto;

--> "A quantidade de CFC que eu uso é mínima e não pode fazer diferença alguma" é a resposta típica de quem não quer enfrentar o problema. É por muitos pensarem assim, que o futuro da Terra está deveras comprometido.

O dia 16 de Setembro foi decretado, pelas Nações Unidas, como o Dia da Preservação da Camada de Ozono.

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